A falta de Água pelo Mundo

A falta de chuvas não é exclusividade do Brasil. A diferença é como outros países lidam com períodos de seca. Jerusalém, Londres e Tóquio.
No ano passado, Israel passou pelo inverno mais seco das últimas décadas.
Sabe o que eles fizeram? Absolutamente nada. Porque já tinham feito tudo o que tinham que fazer com muita antecedência. Israel enfrenta até 9 meses de seca por ano. A produção de água doce é é de 2 bilhões de metros cúbicos por ano. Jamais falta água. E o principal motivo é o investimento que eles fizeram em dessalinização. Construíram mais de 50 usinas que respondem por quase 40% da água que os israelenses bebem.
O processo virou moda na região. E em lugares desérticos como a Arábia Saudita ou os Emirados Árabes também tem água de sobra porque eles usam águia do mar que, por enquanto, é uma fonte inesgotável. No vídeo, imagens de uma usina na Jordânia, um dos países mais secos do mundo. Um lugar pobre que usa dessalinização da água do mar e poços para enfrentar a eterna seca uma seca que é eterna.
Em Israel, eles usam ainda outra fonte: reaproveitam quase 90% do esgoto para irrigação e recuperação de rios.
Sem falar nos poços, que chegam a três quilômetros de profundidade. E trazem para as torneiras tiram uma água que está guardada ali, às vezes, há mais de 1 milhão de anos. O resultado disso é fartura no deserto. A plantação de frutas e verduras suficiente até para exportação onde antes não existia nenhuma sombra de vida.
Os agricultores israelenses detestam chuva. É porque eles irrigam a terra com a água que vem dos poços e isso alivia o excesso de sal. Quando chove, a água da chuva empurra todo o sal de volta para as estufas e acaba prejudicando a plantação.

Na Inglaterra, há muito investimento de curto e longo prazo
A Inglaterra tem fama de ser a terra da chuva, mas passou por uma seca rigorosa há três anos. Como aqui é também o país da organização e do planejamento, existem inúmeras campanhas de conscientização, financiadas pelo governo e pelo setor privado. Há, também, muito investimento de curto e longo prazo.
A Universidade de Oxford, uma das melhores do mundo, encabeça uma pesquisa multimilionária para ajudar na criação de políticas públicas adequadas. A maior parte da água vem de reservatórios subterrâneos e rios, que, diferentemente do Brasil, são interligados. Sempre que o nível cai, entre em vigor a proibição do uso da mangueira. Quem desrespeita recebe primeiro uma advertência e, se insistir, uma multa de até R$ 4 mil.
A companhia de abastecimento de água ajuda os consumidores a economizar oferecendo aparelhos que podem ser instalados de graça nas casas, como um regulador para o chuveiro, para pia da cozinha e até para descarga. São medidas práticas que reduzem o desperdício e, de quebra, as contas d'agua e de energia.
Em Tóquio, o segredo é o combate ao desperdício
Tóquio já sofreu com a falta de chuva, a última vez foi recente, em 2013, e em uma medida classificada como desesperada, se fez o chamado bombardeio de nuvens, com produtos químicos, para forçar chover no lugar certo, nas represas. Se apelou também, claro, para o consumo consciente. Mas o que dá certo mesmo é combater o desperdício.
Tóquio tem a maior região metropolitana do mundo, com 30 milhões de habitantes. Imagina o impacto de uma seca. Então, tome organização. Debaixo de ruas perfeitamente asfaltadas, aqui se tem especialmente desenvolvidos para resistir ao tempo, ao trânsito e a terremotos. Um grande programa de troca de tubulações ainda está em andamento. Assim, os vazamentos que no Rio e em São Paulo podem passar de 30% aqui não passam de 3%.
O Brasil deixa vazar água limpa, tratada, enquanto aqui o esforço é para não ter desperdício em quase 27 mil quilômetros de rede de distribuição. Em resumo: qualquer lugar do mundo está sujeito a falta de chuvas. O que não pode faltar é organização e competência.



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