A Origem Da Música
A música existe e sempre existiu como produção
cultural, pois de acordo com estudos científicos, desde que o ser humano
começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte
integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido
há 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no
continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana
pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada
diretamente pela organização sociocultural e econômica local, contando ainda
com as características climáticas e o acesso tecnológico que envolvem toda a
relação com a linguagem musical. A música possui a capacidade estética
de traduzir os sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. A
música é uma linguagem local e global.
Na pré-história o
ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essencial, pois sua
produção cultural constituída de utensílios para serem utilizados no dia-a-dia,
não lhe bastava, era na arte que o ser humano encontrava campo fértil para
projetar seus desejos, medos, e outras sensações que fugiam a razão. Diferentes
fontes arqueológicas, em pinturas, gravuras e esculturas, apresentam imagens de
músicos, instrumentos e dançarinos em ação, no entanto não é conhecida a forma
como esses instrumentos musicais eram produzidos.
Das grandes civilizações do mundo antigo, foram
encontrados vestígios da existência de instrumentos musicais em diferentes
formas de documentos. Os sumérios, que tiveram o auge de sua cultura na
bacia mesopotâmia a
milhares de anos antes de Cristo, utilizavam em sua liturgia, hinos e cantos
salmodiados, influenciando as culturas babilônica, caldéia, e judaica, que mais
tarde se instalaram naquela região.
A cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C.,
alcançou um nível elevado de expressão musical, pois era um território que
preservava a agricultura e este costume levava às cerimônias religiosas, onde
as pessoas batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam
harpas, percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os
sacerdotes treinavam os coros para os rituais sagrados nos grandes templos. Era
costume militar a utilização de trompetes e tambores nas solenidades oficiais.
Na Ásia, a 3.000 a.C., a música se desenvolvia com
expressividade nas culturas chinesa e indiana. Os chineses acreditavam no poder
mágico da música, como um espelho fiel da ordem universal. A “cítara” era o
instrumento mais utilizado pelos músicos chineses, este era formado por um
conjunto de flautas e percussão. A música chinesa utilizava uma escala
pentatônica (cinco sons). Já na Índia, por volta de 800 anos a.C., a música era
considerada extremamente vital. Possuíam uma música sistematizada em tons e
semitons, e não utilizavam notas musicais,
cujo sistema denominava-se “ragas”, que permitiam o músico utilizar uma nota e
exigia que omitisse outra.
A teoria musical só começou a ser elaborada no
século V a.C., na Antiguidade Clássica. São poucas as peças musicais que ainda
existem deste período, e a maioria são gregas. Na Grécia a representação
musical era feita com letras do
alfabeto, formando “tetracordes” (quatro sons) com essas letras. Foram os
filósofos gregos que criaram a teoria mais elaborada para a linguagem musical
na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música e a matemática formavam a
chave para os segredos do mundo, que o universo cantava, justificando a
importância da música na dança, na tragédia e nos cultos gregos.
É de conhecimento histórico que os romanos se
apropriaram da maioria das teorias e técnicas artísticas gregas e no âmbito da
música não é diferente, mas nos deixaram de herança um instrumento denominado
“trompete reto”, que eles chamavam de “tuba”. O uso do “hydraulis”, o primeiro
órgão cujos tubos eram pressionado pela água, era freqüente.
Hoje é possível dividir a história da música em
períodos específicos, principalmente quando pretendemos abordar a história da
música ocidental, porém é preciso ficar claro que este processo de fragmentação
da história não é tão simples, pois a passagem de um período para o outro é
gradual, lento e com sobreposição. Por volta do século V, a igreja católica
começava a dominar a Europa, investindo nas “Cruzadas Santas” e outras
providências, que mais tarde veio denominar de “Idade das Trevas” (primeiro
período da Idade Média) esse seu período de poder.
A Igreja, durante a Idade Média, ditou as regras
culturais, sociais e políticas de toda a Europa, com isto interferindo na
produção musical daquele momento. A música “monofônica” (que possui uma única
linha melódica), sacra ou profana, é a mais antiga que conhecemos, é denominada
de “Cantochão”, porém a música utilizada nas cerimônias católicas era o “canto
gregoriano”. O canto gregoriano foi criado antes do nascimento de Jesus Cristo,
pois ele era cantado nas sinagogas e países do Oriente Médio. Por volta do
século VI a Igreja Cristã fez do canto gregoriano elemento essencial para o
culto. O nome é uma homenagem ao Papa Gregório I (540-604), que fez uma coleção
de peças cantadas e as publicou em dois livros: Antiphonarium e as Graduale
Romanum. No século IX começa a se desenvolver o “Organum”, que são as primeiras
músicas polifônicas com duas ou mais linhas melódicas. Mais tarde, no século
XII, um grupo de compositores da Escola de Notre Dame reelaboraram novas
partituras de Organum, tendo chegado até nós os nomes de dois compositores:
Léonin e Pérotin. He also began
the “Schola Cantorum” that gave great development to the Gregorian chant.
A música renascentista data do século XIV, período
em que os artistas pretendiam compor uma música mais universal, buscando se distanciarem
das práticas da igreja. Havia um encantamento pela sonoridade polifônica, pela
possibilidade de variação melódica. A polifonia valorizava
a técnica que era desenvolvida e aperfeiçoada, característica do Renascimento.
Neste período, surgem as seguintes músicas vocais profanas: a “frótola”, o
“Lied” alemão, o Villancico”, e o “Madrigal” italiano. O “Madrigal” é uma forma
de composição que possui uma música para cada frase do texto, usando o
contraponto e a imitação.
Os compositores escreviam madrigais em sua própria
língua, em vez de usar o latim. O madrigal é para ser cantado por duas, três ou
quatro pessoas. Um dos maiores compositores de madrigal elisabetano foi Thomas
Weelkes.
Após a música renascentista, no século XVII, surgiu
a “Música Barroca” e teve seu esplendor por todo o século XVIII. Era uma música
de conteúdo dramático e muito elaborado. Neste período estava surgindo a ópera
musical. Na França os principais compositores de ópera eram Lully, que
trabalhava para Luis XIV, e Rameau. Na Itália, o compositor “Antonio Vivaldi”
chega ao auge com suas obras barrocas, e na Inglaterra, “Haëndel” compõe vários
gêneros de música, se dedicando ainda aos “oratórios” com brilhantismo. Na
Alemanha, “Johann Sebastian Bach” torna-se o maior representante da música
barroca.
A “Música Clássica” é o estilo posterior ao
Barroco. O termo “clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão
da mais alta classe. Este período da música é marcado pelas composições de
Haydn, Mozart e Beethoven (em suas composições iniciais). Neste momento surgem
diversas novidades, como a orquestra que toma forma e começa a ser valorizada.
As composições para instrumentos, pela primeira vez na história da música,
passam a ser mais importantes que as compostas para canto, surgindo a “música
para piano”. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar) é uma obra em diversos
movimentos para um ou dois instrumentos. A “Sinfonia” significa soar em
conjunto, uma espécie de sonata para orquestra. A sinfonia clássica é dividida
em movimentos. Os músicos que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia clássica
foram Haydn e Mozart. O “Concerto” é outra forma de composição surgida no
período clássico, ele apresenta uma espécie de luta entre o solo instrumental e
a orquestra. No período Clássico da música, os maiores compositores de Óperas
foram Gluck e Mozart.
Enquanto os compositores clássicos buscavam um
equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade, os compositores do “Romantismo”
pretendem maior liberdade da estrutura da forma e de concepção musical,
valorizando a intensidade e o vigor da emoção, revelando os pensamentos e
sentimentos mais profundos. É neste período que a emoção humana é demonstrada
de forma extrema. O Romantismo inicia pela figura de Beethoven e passa por
compositores como Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss,
entre outros. O romantismo rendeu frutos na música, como o “Nacionalismo”
musical, estilo pelo qual os compositores buscavam expressar de diversas
maneiras os sentimentos de seu povo, estudando a cultura popular de seu país e
aproveitando música folclórica em suas composições. A valsa do estilo vienense
de Johann Strauss é um típico exemplo da música nacionalista.
O século XX é marcado por uma série de novas
tendências e técnicas musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações
que ainda encontra-se em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes
já se estabeleceram no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo,
Nacionalismo do século XX, Influências jazzísticas, Politonalidade,
Atonalidade, Expressionismo, Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo,
Microtonalidade, Música concreta, Música eletrônica, Serialismo total, e Música
Aleatória. Isto sem contar na especificidade de cada cultura. Há também os
músicos que criaram um estilo característico e pessoal, não se inserindo em
classificações ou rótulos, restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista”.
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